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Regra nos EUA cria marco na história das criptomoedas e no mercado de capitais

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Regra nos EUA cria marco na história das criptomoedas e no mercado de capitais

Regra nos EUA cria marco na história das criptomoedas e no mercado de capitais

A comissão de valores mobiliários dos EUA aprova os primeiros fundos (ETFs) negociados em Bolsa da criptomoeda ether (ETH). A medida introduz o universo das moedas digitais no mercado de capitais americano e abre caminho para que o Brasil avance em sua própria regulamentação

Uma boa notícia para os entusiastas e investidores de moedas digitais. A aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) dos primeiros fundos de ether (ETH), conhecidos como ETFs e negociados à vista em Bolsa (Nasdaq, NYSE etc.), representa um marco no universo das criptomoedas e no mercado de capitais americano. Esta decisão não apenas legitima ainda mais as criptos como ativos financeiros, mas também abre novas oportunidades e desafios para regulamentações em outros países, como o Brasil, que observa de perto os passos do regulador americano.

No último dia 27, a criptomoeda nativa da rede Ethereum atingiu a maior cotação da história frente ao real. Desde o começo do ano, quando os primeiros ETFs de Bitcoin à vista foram aprovados no mercado americano, cresceu a expectativa de que ETFs da criptomoeda ether à vista fossem aprovados logo em seguida. A perspectiva agora é que ela bata recordes de preço em relação ao dólar nas próximas semanas, embora isso possa levar meses.

“O fortalecimento das criptomoedas por meio de uma regulação mais robusta tende a elevar suas cotações no curto prazo, mas a valorização daqui em diante dependerá de diversos outros fatores”, disse Gary Gensler, presidente da SEC.

Na avaliação de Richard Teng, CEO da Binance, casa especializada em negociação de criptos, a aprovação dos ETFs na SEC é um marco histórico para a indústria de ativos digitais. Para ele, a decisão sinaliza o aumento do reconhecimento e a aceitação mais ampla dessas moedas dentro das estruturas tradicionais, principalmente em um mercado influente como os EUA.

“A aprovação não apenas consolida a legitimidade do Ethereum como um ativo, mas também aumenta o status, a acessibilidade e o potencial de crescimento do ecossistema de ativos digitais em sua forma mais ampla”, afirmou Teng.

”O fortalecimento das criptomoedas por meio da regulação tende a elevar suas cotações no curto prazo, mas a valorização dependerá de outros fatores.”
Gary Gensler, presidente da SEC

A aplicação de capital para os ETFs de Ethereum à vista, segundo ele, deve ser constante e estável. Esse foi o caso dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, que já haviam sido aprovados em janeiro e atraíram mais de US$ 13,3 bilhões em recursos nos primeiros cinco meses deste ano, o que deve ocorrer novamente. “Estamos otimistas de que este mais novo passo levará a uma maior aceitação regulatória, abrindo caminho para uma adoção maior de ativos digitais pelos entes tradicionais globalmente, seja para ETH, BTC ou outros.”

A SEC tem desempenhado um papel crucial na regulação do mercado financeiro dos EUA, garantindo a proteção dos investidores e a integridade do mercado e encorajado outros países a adotarem suas regulações. Tanto é que, logo depois do anúncio no mercado americano, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apresentou novas propostas para investimento em criptoativos no Brasil.

No próprio dia 27, a entidade abriu consulta pública sobre regras propostas por ela para orientar o investimento em criptoativos por fundos brasileiros e carteiras administradas. “A consulta busca definir requisitos mínimos de governança para os prestadores de serviços essenciais (gestores e administradores) desses portfólios”, afirmou a Anbima, em comunicado. As novas regras devem entrar em vigor em 1º de outubro.

Segundo Cassio Krupinsk, CEO da BlockBR, fintech especializada em infraestrutura que permite uma migração simplificada para a tokenização, a iniciativa da Anbima será positiva desde que não crie barreiras de crescimento, pois deve promover um ambiente mais confiável, beneficiando investidores e fortalecendo o mercado financeiro. “Há dois anos estamos trabalhando na infraestrutura que padroniza as informações de governança e realiza a diligência dos portfólios investidos no setor para fundos, o que mostra sinergia entre o regulado e a economia digital.”

US$13,3 bilhões
foi o montante que os fundos (EFTs) de bitcoin atraíram nos primeiros cinco meses deste ano

A decisão da SEC também deve servir como um catalisador para o avanço da regulamentação no Brasil.

O Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) têm trabalhado em conjunto para desenhar um marco regulatório para criptoativos, buscando um ambiente seguro e transparente.

A aprovação dos ETFs de ether, segundo especialistas, pode acelerar este processo, fornecendo um modelo regulatório que pode ser adaptado ao mercado brasileiro.

O Brasil tem mostrado interesse crescente em integrar as criptomoedas ao seu sistema financeiro.

A adoção de um marco regulatório claro e eficiente é essencial para atrair investimentos e garantir a confiança no mercado de criptoativos.

A celeridade no desenvolvimento dessas regulamentações pode posicionar o Brasil como um dos líderes da área na América Latina.

REAL DIGITAL

Paralelamente à regulamentação de criptomoedas, o Banco Central está desenvolvendo sua própria moeda digital, o Drex, que terá o potencial de transformar a forma como as transações são realizadas no Brasil, facilitando pagamentos instantâneos e seguros.

A integração do Drex ao mercado financeiro pode complementar a regulamentação de criptoativos no País, criando um ecossistema mais robusto e diversificado.

À medida que o Brasil avança na regulamentação de ETFs de criptomoedas, o Drex pode desempenhar um papel fundamental na facilitação das transações e na promoção de uma maior aceitação das criptomoedas.

Isso poderia resultar em um mercado financeiro mais dinâmico e competitivo, alinhado com as tendências globais de digitalização e inovação financeira.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

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